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Geração distribuída: o que é e como funciona?

O que define a geração distribuída? No post de hoje, a Solmais explica detalhadamente essa modalidade de geração, mostrando seus tipos e suas vantagens. Continue a leitura e confira!

O que é a geração distribuída?

A geração distribuída é uma modalidade de geração de energia elétrica que, diferentemente dos modelos tradicionais, tem como característica a proximidade entre os geradores e os consumidores. Por isso, também é conhecida como geração junto à carga ou em suas proximidades, o que facilita o consumo local e a eficiência energética.

Essa é uma forma de descentralizar a geração de energia imposta pelo modelo centralizado, utilizado por grandes usinas como hidrelétricas, termelétricas etc. Essas usinas, por sua vez, frequentemente são distantes dos centros de consumo, fazendo-se necessário o uso do transporte de energia por meio de linhas de transmissão de longa distância. Em contraste, na geração distribuída, instalam geradores perto dos centros de consumo ou no próprio local de uso, o que facilita o transporte de energia.

Como funciona a geração distribuída de energia?

A geração distribuída funciona por meio de sistemas geradores que ficam próximos ou na própria unidade consumidora (casas, empresas e indústrias) ligados na rede elétrica pública, também denominados de sistemas on-grid.

Esta modalidade de geração de energia pelo próprio consumidor é estabelecida pela Resolução Normativa Nº482 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que está em vigor desde 17 de abril de 2012, na qual traz diferenciações entre a geração distribuída, chamadas de Microgeração e Minigeração, da seguinte forma:

Microgeração: sistema gerador por meio de fontes renováveis com potência instalada inferior ou igual a 75kW.

Minigeração: sistema gerador de energia elétrica com potência instalada superior a 75kW e menor ou igual a: 5MW para fontes despacháveis ou 3MW para fontes não despacháveis.

A resolução determina que enviem toda a energia excedente gerada para a rede distribuidora como empréstimo. Esse excedente retorna ao consumidor como créditos energéticos, usados para compensar a energia consumida da distribuidora. Os consumidores devem utilizar esses créditos em até 60 dias.

Quais são os tipos de geração distribuída?

Existem 4 tipos de modalidade de geração distribuída: geração junto a carga, autoconsumo remoto, empreendimento com múltiplas unidades consumidora (EMUC) e a geração compartilhada. A seguir, você encontrará mais detalhes sobre cada um desses tipos:

Geração junto a carga

Esta modalidade de geração é a mais conhecida. Isso porque possui o sistema instalado no mesmo local em que o consumo ocorre, ou seja, a instalação dos equipamentos de energia solar acontece na casa, comércio ou indústria para suprir a demanda de consumo de energia junto à carga.

Autoconsumo remoto

Neste caso, diferentes unidades consumidoras que fazem parte do mesmo CPF ou CNPJ e estejam dentro da mesma área de distribuição, podem aproveitar de um único sistema de energia solar para realizar a compensação da energia consumida, ou seja, a unidades produtora envia os excedentes da energia gerada a outras unidades consumidoras que em outros locais desde que estejam sobre a mesma titularidade.

Lembrando que todas as unidades precisam ter o mesmo CPF ou CNPJ e sejam cobertas pela mesma distribuidora de energia. Agora confira o que é EMUC.

EMUC – Empreendimentos com Múltiplas Unidades Consumidoras

Um EMUC é composto por unidades consumidoras que estão no mesmo local, mas utilizam a energia elétrica consumida de forma independente, ou seja, mesmo sendo a conexão elétrica por um único ponto de conexão, o consumo de cada uma das unidades é medido separadamente.

Esta modalidade se aplica à lugares como shoppings, prédios comerciais, condomínios residenciais (verticais ou horizontais), ou unidades consumidoras que estão em propriedades uma ao lado da outra, sem separação por vias públicas.

Geração compartilhada

Modalidade para quem deseja dividir os custos e a economia da energia solar com outras unidades consumidoras que estejam em diferentes locais. Dessa forma, a pessoa pode se juntar a outras pessoas — ou empresas — para investirem juntos em um único projeto de geração distribuída. Isso acontece por meio de acordos que podem ser entre Pessoa Física (CPF) ou Pessoa Jurídica (CNPJ) através dos seguintes meios:

  • Consórcio entre pessoas jurídicas;
  • Cooperativa de pessoas físicas.

A geração distribuída no Brasil

De acordo com dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), até o mês de março de 2023, o Brasil atingiu mais de 18 GW em geração distribuída de potência instalada. Este crescimento teve um impulso devido às instalações residenciais, que correspondem por 4GW de toda a potência. A maior área de destaque no período vai ao sudeste, com 2,5 GW.

Existem alguns incentivos que contribuem para este crescimento exponencial, por exemplo, o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD) para fomentar essa modalidade de geração de energia no Brasil. Outro exemplo são alguns municípios adotarem o programa de IPTU verde, que consiste na concessão de desconto no imposto de seus contribuintes.

Quais são as vantagens da geração distribuída?

O caráter descentralizado do sistema contribui para evitar os custos e impactos ambientais próprios da geração convencional sejam evitados. Além disso, confira algumas outras vantagens:

Redução de perdas elétricas: com essa abordagem, todos os ganhos são compartilhados pelas distribuidoras de energia e consumidores. Além disso, o custo dos materiais e trabalho para o desenvolvimento da rede de transmissão também é eliminado;

Rapidez para atender a demanda: a geração distribuída não requer tanta complexidade na liberação como no licenciamento para a implantação de projetos;

Pouco investimento: todo esse sistema reduz o investimento em redes de transmissão, incluindo os gastos para interligação regional e distribuição de energia centralizada;

Minimização dos impactos ambientais: não necessita da construção de reservatórios e de longas linhas de transmissão de energia;

Confiança nos microgrids:  sistemas de distribuição que possuem fontes próprias de geração, cargas controláveis e dispositivos de armazenamento.

Quais fontes podem gerar energia na GD?

Uma das principais fontes de geração distribuída renovável são: solar, fotovoltaica, eólica e biomassa (matéria orgânica e vegetal), enquanto os motogeradores a gás natural, motores a diesel e microturbinas são fontes não renováveis.

A geração distribuída é uma tendência mundial e um sistema de energia mais eficiente, sustentável e menos custoso. Dessa forma, beneficia todos os envolvidos: distribuidoras, consumidores e meio ambiente.

Gostou do conteúdo? Diga nos comentários o que acha da geração distribuída e qual sua opinião para o futuro deste sistema de energia. Não se esqueça de nos seguir nas redes sociais para mais conteúdo feito especialmente para você! Esperamos que aproveite a experiência em nosso blog e desejamos a você boa leitura. Até a próxima!

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